Luís de Aguiar é natural de Oliveira de Azeméis, nasceu em Abril de 1979.Concluiu em parte o curso básico supletivo de música clássica no Conservatório Calouste Gulbenkian de Aveiro.É fundador e coordenador do grupo poético Oliveirense.Foi premiado em vários concursos literários no género de poesia.

"Cirros" do livro “a voz do silêncio”

Todo o pincel reorganizado
será um pequeno pintor do horizonte,
sem nunca ter pintado...
E todas as unhas dos pensamentos
que ritmicamente fluirão,
não violarão a vontade cristalina
do agreste e iludível limão azul!
Eis que reclamei a convalescência,
sem nunca ter reclamado...
Vi a vertiginosa e acidental
doença venenosa dos leucócitos
fluorescentes no aço das cordas
de Ménades que circula uma estranha
pulsação da analepse do tempo!
E falará a alma do meu espírito,
sem nunca ter falado?
E não falará pela voz da paz do pecado?


Tomarei novamente o rumo,
que nunca tomei;
e viajarei à velocidade
de mach 6 atingindo
o que nunca atingi,
e dissolver-me-ei na plenitude
do pó explorado e evaporado
do nirvana que imperfeita a perfeição
e contemplação do ser
até nunca ter
o que sempre tive!


Aonde estará esse fogo que vi,
sem ter visto!?
Aonde se esconderá esse amor que cruzei,
sem ter cruzado!?
Aonde reinará esse suspiro que admirei,
por ter admirado!?



Em pequenas vozes que senti,
e não ouvi;
em grandes sentimentos que ouvi,
e não senti;
em estradas que cheirei,
sem ter cheirado;
em estrelas que dissolvi,
sem ter dissolvido;
amarei apenas um só instante,
sem nunca ter amado...



Poema do livro “a voz do silêncio”

1º Prémio Nacional de poesia Juvenil Ferreira de Castro
Trabalho composto por 67 poemas

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